segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Uvas, nozes e doença de Alzheimer


Posted on 28/11/2009 by Roberto


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Dieta rica em GORDURAS POLI-INSATURADAS e em nutrientes FUNCIONAIS, os assim chamados POLIFENÓIS, influenciam a NEUROGÊNESE – ou seja, o nascimento (ou o surgimento, ou a produção) de neurônios no cérebro. 

Além disso, uma dieta rica neste nutrientes parece também reforçar a DIFERENCIAÇÃO  dos diferentes tipos de NEURÔNIOS, que exercem diferentes funções cerebrais. 

Esta foi a conclusão de estudos realizados por pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona.

Camundongos alimentados com uma dieta rica em ácidos graxos POLI-INSATURADOS e POLIFENÓIS apresentaram uma maior proliferação de neurônios no bulbo olfatório e no hipocampo, regiões do cérebro comumente comprometidas em doentes que sofrem com Alzheimer. 

A doença de Alzheimer é uma das principais doenças neurodegenerativas, principalmente em idade avançada, e que compromete processos de memória e aprendizado.

Durante o desenvolvimento do cérebro, células-tronco geram diferentes tipos de células neuronais: neurônios, astrócitos e oligodendrócitos. 

Até os anos 1960 se acreditava que após a infância não surgiam mais neurônios no cérebro, e que o número destes apenas diminuía com o passar dos anos. 

Todavia, atualmente se sabe que os neurônios continuam a surgir durante a fase adulta. A capacidade de neurogênese do cérebro é limitada a duas áreas: o bulbo olfatório e o hipocampo (área relacionada à memória e aos processos de aprendizado). 

Embora o ritmo da neurogênse (formação de neurônios) diminua com o passar dos anos e principalmente quando da ocorrência de doenças neurodegenerativas, sabe-se que a diminuição da NEUROGÊNESE pode ser evitada com uma dieta saudável e com exercícios físicos.

Segundo a pesquisa, uma dieta rica em substâncias ANTIOXIDANTES – função exercida por ambos polifenóis e ácidos graxos poli-insaturados – pode ajudar significativamente na prevenção da doença de Alzheimer, e eventualmente ajudar na boa manutenção das funções cerebrais.
Alimentos ricos em polifenóis são chá verde, uvas, soja e vegetais verdes. Ácidos graxos de excelente qualidade são encontrados nos diferentes tipos de nozes, azeite de oliva (e azeitonas), peixes oceânicos de água fria, óleos de girassol, óleo de canola.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Autônoma e Barcelona, e será publicado em dezembro. A referência completa é T. Valente, J. Hidalgo, I. Bolea, B. Ramirez, N. Anglés, J. Reguant, J. R. Morelló, C. Gutiérrez, M. Boada e M. Unzeta. A Diet Enriched in Polyphenols and Polyunsaturated Fatty Acids, LMN Diet, Induces Neurogenesis in the Subventricular Zone and Hippocampus of Adult Mouse Brain. Journal of Alzheimer’s Disease, 2009; 18 (4) DOI: 10.3233/JAD-2009-1188

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cacau pode proteger contra câncer e derrame, diz estudo (Michelle Roberts)

Cacau
O cacau começou a ser consumido pela civilização maia
Um nutriente chamado epicatequina e que está presente no cacau parece reduzir o risco de desenvolvimento de várias doenças que costumam matar, sugerem pesquisadores nos Estados Unidos.
Entre o povo Kuna, do Panamá, que pode beber até 40 copos de suco de cacau por semana, a incidência de derrame, doenças cardíacas, câncer e diabete é inferior a 10%.
Os Kuna parecem ainda ter uma vida mais longa do que outros habitantes do Panamá, e não desenvolvem demência, disse relatório dos cientistas americanos na publicação Chemistry and Industry.
Mas os especialistas destacam que a herança genética e outros fatores ligados ao estilo de vida também desempenham um papel na saúde das pessoas.
O pesquisador Norman Hollenberg, de Harvard, disse que o composto presente no cacau beneficiaria outras populações também, inclusive nos países industrializados, embora admita que podem haver diferenças étnicas.
Ele admite que seus estudos são baseados em observações, então não podem fornecer provas irrefutáveis.
Kuna
Hollenberg investigou os efeitos da epicatequina em centenas de idosos de culturas diferentes, assim como centenas de membros do povo Kuna, nos últimos 15 anos.
"Meu interesse começou com o fato de o povo Kuna não desenvolver pressão alta", explicou.
Há cerca de 70 mil Kunas, metade vive no continente e outra, nas Ilhas San Blas, do Panamá.
"Eu estava procurando os genes protetores mas a causa acabou sendo o meio ambiente, quando eles migraram para o continente com todos os benefícios da vida urbana ocidental, sua pressão sangüínea aumentou com a idade e a hipertensão se tornou muito comum."
E a incidência de morte por doenças cardíacas, derrame, diabete e câncer ocorreu em seguida, de acordo com estudo publicado por Hollenberg no International Journal of Medical Sciences.
Kuna
Os Kunas bebem várias xícaras de cacau por dia
Ele acredita que a bebida local dos Kuna é a chave para isso, e que sua descoberta é tão significativa que a epicatequina deveria ser considerada essencial em uma dieta alimentar e, portanto, classificada como uma vitamina.
"Vitamina essencial"
No momento, a ciência não vê a epicatequina como um composto com papel essencial, mas há muitas evidências que sugerem que ela pode ter um efeito de proteção do organismo.
A epicatequina pertence ao grupo dos flavonóides, e pode ser encontrada também em chás, vinho, chocolate e algumas frutas e legumes.
Um de seus efeitos, acredita-se, seria a elevação dos níveis de óxido nítrico no sangue, que ajuda a relaxar os vasos sangüíneos e melhora a circulação.
E suas propriedades antioxidantes podem explicar como ele pode impedir o câncer.
O nutricionista Daniel Fabricant, vice-presidente de questões científicas da Associação de Produtos Naturais, disse que a ligação entre alto consumo de epicatequina e a redução do risco de doenças letais deve ser mais investigada.
"Pode ser que essas doenças sejam resultado de uma deficiência de epicatequina", sugeriu.
Cacau
A planta do cacau foi cultivada pela primeira vez no período 250-900 da era Cristã, pela civilização maia no que são hoje o México e países vizinhos na América Central.
Os maias ofereciam as sementes para os seus deuses, usavam-nas como moeda e com fins medicinais, para combater a fadiga e problemas no aparelho digestivo.
Flavonóides como a epicatequina são removidos do cacau comercial porque tendem a apresentar um gosto amargo.
Especialistas também questionam se seria recomendável a uma pessoa consumir quantidades suficientemente abundantes de alimentos que contém epicatequina, como vinho e chocolate.
Hollenberg, que é consultor científico de vários laboratórios farmacêuticos e recebeu apoio financeiro para a sua pesquisa da companhia que produz barras de chocolate e doces M&M/Mars, acredita que há possibilidade de empresas da área de nutrição desenvolverem suplementos de epicatequina, na forma de barras de chocolate.
Ellen Mason, da Fundação do Coração da Grã-Bretanha disse que acha esta "uma observação interessante de uma cultura única", mas disse que a organização "não recomenda que as pessoas na Grã-Bretanha comecem a beber chocolate líquido em grandes quantidades para proteger o coração".
 

sábado, 15 de janeiro de 2011

A vitamina da Páscoa - Fábio César dos Santos


Saúde Plena


A planta do cacau foi cultivada pela primeira vez entre os anos 250 e 900 da era Cristã, pela civilização maia, onde hoje ficam o México e países vizinhos, na América Central.

Os maias ofereciam as sementes para os seus deuses, usavam-nas como moeda, e com fins medicinais, para combater a fadiga e problemas no aparelho digestivo.

Muitos anos depois, alguns estudos têm demonstrado que a indicação de chocolate aos pacientes, algo que parecia absurdo algum tempo atrás, é novamente uma tendência.

Entre o povo kuna, do Panamá, que pode beber até 40 copos de suco de cacau por semana, a incidência de derrame, doenças cardíacas, câncer e diabetes é inferior a 10%.

Os kuna parecem ainda ter uma vida mais longa do que outros habitantes do Panamá e não desenvolvem demência, segundo relatório dos cientistas norte-americanos na publicação Chemistry and Industry.

Mas os especialistas destacam que a HERANÇA GENÉTICA e outros fatores ligados ao ESTILO DE VIDA também desempenham um papel na saúde das pessoas.

O pesquisador Norman Hollenberg, de Harvard, disse que o composto presente no cacau poderia beneficiar outras populações, embora admita que pode haver diferenças étnicas.

Ele ressalta que seus estudos são baseados em observações, então não podem fornecer provas irrefutáveis.

Hollenberg investigou os efeitos da EPICATEQUINA, substância presente no cacau, em centenas de idosos de culturas diferentes, assim como centenas de membros do povo kuna, nos últimos 15 anos.

"Meu interesse começou com o fato de o povo Kuna não desenvolver pressão alta", explicou.

Existem cerca de 70 mil kunas, metade vive no continente e outra, nas Ilhas San Blas, do Panamá.

"Eu estava procurando os genes protetores, mas a causa acabou sendo o meio ambiente.

Quando eles migraram para o continente com todos os benefícios da vida urbana ocidental, sua pressão sanguínea aumentou com a idade e a hipertensão se tornou muito comum."

E a incidência de morte por doenças cardíacas, derrame, diabetes e câncer ocorreu em seguida, segundo estudo publicado por Hollenberg no International Journal of Medical Sciences.

Os kuna que vivem em San Blas bebem um composto de cacau rico em FLAVONÓIDES (substâncias com alta capacidade ANTIOXIDANTE) como bebida principal, correspondendo a 900mg/dia, o que parece dar o título a esta população de a mais alta consumidora de produtos FLAVONÓIDES.

Hollenberg acredita que a bebida local dos kuna é a chave, e que sua descoberta é tão significativa que a EPICATEQUINA deveria ser considerada essencial em uma dieta alimentar e, portanto, classificada como VITAMINA.

No momento, a ciência não vê a EPICATEQUINA como composto com papel essencial, mas há muitas evidências que sugerem que ela pode ter efeito de proteção do organismo.

A EPICATEQUINA pode ser encontrada não apenas nas bebidas de cacau e em chocolates, mas também em chás, vinho e algumas frutas e legumes.

Um de seus efeitos, acredita-se, seria a elevação dos níveis de ÓXIDO NÍTRICO no sangue, que ajuda a relaxar os vasos sanguíneos e melhora a circulação.

Bebidas com FLAVONÓIDES ajudam na circulação.

O achado de Hollenberg vai ao encontro de uma série de outros estudos com as mesmas observações em relação ao sistema vasodilatador do ÓXIDO NÍTRICO.

Hagen Schroeter, do departamento de Nutrição da Universidade da Califórina, e colegas fizeram um estudo com um grupo de voluntários saudáveis do sexo masculino e demonstraram que as bebidas de cacau enriquecidas em FFLAVONÓIDES produziram dilatação e melhora do fluxo em comparação com as não enriquecidas.

Para comprovar que essa dilatação era mediada pela EPICATEQUINA e não outro componente do cacau, deram aos participantes um bebida de cacau rica em EPICATEQUINA versus placebo (bebida sem nenhum ingrediente).

É como se eu desse a um grupo um medicamento de verdade e ao outro uma pílula de farinha.

Os pesquisadores notaram que apenas o primeiro grupo obteve a dilatação dos vasos e o aumento do ÓXIDO NÍTRICO circulante.

Depois, inibiram a ÓXIDO NÍTRICO sintetase (enzima responsável pela formação do ÓXIDO NÍTRICO) e a dilatação não ocorreu, o que consagrou a importância do ÓXIDO NÍTRICO como chave neste mecanismo.

Estudo semelhante aparece no JACC (Journal of the American College of Cardiology) em 2005, comparando 12 tabagistas (seis homens e seis mulheres) em um estudo sobre os efeitos de uma bebida de cacau rica em FLAVONÓIDES e uma, com gosto exatamente igual, porém pobre em FLAVONÓIDES.

Houve aumento significativo dos níveis de ÓXIDO NÍTRICO circulante e também da dilatação após a ingestão do composto rico em na substância.

Esses estudos sugerem uma evidência na ação de compostos ricos em flavonoides na ação vascular.

Porém, não podem concluir nada a respeito da sustentabilidade deste efeito a longo prazo como redutor de eventos cardiovasculares.

Baseados nessa mesma linha de pesquisa, Dirk Taubert, da Universidade de Colônia, na Alemanha, publicou dois outros artigos interessantes em 2007. No primeiro conduziu um estudo com 44 adultos (de 55 a 73 anos) com pressão arterial normal-alta sem outros fatores de risco. Os indivíduos foram selecionados para receber um tablete (6,3g) de chocolate-escuro por dia ou chocolate branco livre de flavonoides por 18 semanas.

O consumo de chocolate-ESCURO reduziu a pressão sistólica média em até três pontos, sem mudanças em peso, gorduras e açúcar sanguíneos. A prevalência de hipertensão reduziu de 86% para 68%.

CHÁ - No outro estudo publicado nos Archives of Internal Medicine, Taubert fez uma meta-análise (análise de múltiplos estudos) comparando o resultado dos efeitos de produtos de cacau versus os do CHÁ VERDE e CHÁ PRETO.

Um total de 173 indivíduos analisados em cinco estudos sobre o consumo de produtos de CACÁU e 343 indivíduos em cinco estudos de consumo de CHÁ foram estudados.

Nos estudos de cacau observou-se uma queda nos níveis pressóricos. O mesmo não foi observado nos estudos de chá. Eles concluíram que apesar de ambas substâncias serem ricas em flavonóides, parece que é o tipo que faz a diferença.

Os presentes no cacau seriam mais ativos.

A magnitude dos efeitos hipotensivos (redutores de pressão) do cacau foram clinicamente notáveis neste estudo, comparáveis aos atingidos pelos betabloqueadores ou pelos inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) que são remédios clássicos para pressão alta.

Uma redução de quatro a cinco pontos na pressão máxima e dois a três pontos na pressão mínima podem corresponder a uma redução de 20% em derrames, 10% em doenças coronárias (angina e infarto) e 8% de mortalidade global.

No final de 2007, dois artigos sobre chocolate também chamaram atenção da comunidade médica. Andreas Flammer e equipe, do Centro Cardiovascular de Zurique, na Suíça, demonstraram que, comparado com o chocolate sem cacau, o chocolate escuro e rico em flavonoides induziu vasodilatação e redução da adesão plaquetária (formação de sangue grosso) em transplantados de coração, mesmo naqueles recebendo o tratamento preconizado para a prevenção de doenças cardiovasculares.

Foi o primeiro estudo a demonstrar que o chocolate é capaz de aumentar o fluxo coronário, de forma significante, em pacientes que já estão em terapias medicamentosas.

Nem sempre o tipo escuro é mais saudável

Apesar dessa hipótese crescente em vários estudos, sabemos que FLAVONÓIDES como a EPICATEQUINA são removidos do cacau comercial porque tendem a apresentar um gosto AMARGO.

Em editorial da Circulation de novembro de 2007, os doutores Norman Hollenberg e Naomi Fisher, do Brigham and Womens Hospital de Boston, no EUA, dizem que o termo ESCURO (dark chocolate) não seria o mais adequado na correlação com saúde, pois a cor não tem necessariamente relação com o conteúdo de FLAVONÓIDES.

No processo de manufatura, por muitas vezes há a destruição da substância, apesar de o gosto ainda ser AMARGO ou a cor permanecer ESCURA.

Se a indústria pretende usar o chocolate nas prateleiras de artigos saudáveis, deveriam mudar o comportamento e começar a descrever nos rótulos a porcentagem e o tipo de FLAVONÓIDES presentes nos produtos.

É hora de parar de falar apenas na coloração, gosto ou porcentagem de cacau e nos conectarmos com o que realmente leva ao impacto na saúde: a porcentagem de FLAVONÓIDES, especialmente de EPICATEQUINAS.

O nutricionista Daniel Fabricant, vice-presidente de questões científicas da Associação de Produtos Naturais, disse que a ligação entre alto consumo de EPICATEQUINAS e a redução do risco de doenças letais deve ser mais investigada.

"Pode ser que essas doenças sejam resultado de uma deficiência de EPICATEQUINA", sugeriu.

Outros estudos, em maior escala, bem desenhados e adequadamente controlados devem ser feitos para atestar todos esse benefícios sem esquecer da carga calórica e alta quantidade de gordura que e apresentada pelo elevado consumo de chocolate no reverso dessa moeda.

Mas podemos dizer que o mundo está mudando e as prescrições estão tornando-se mais agradáveis aos pacientes.

Afinal, quem não gosta de um bom cálice de vinho tinto e de um tablete de chocolate?

Ontem eu comi o meu ovo, ao lado dos meus filhos, sem peso na consciência.

Espero também tê-los deixado tranquilos após essa leitura. Saúde a todos!


© Copyright Diário do Grande ABC.

Fitohormônios - Alternativa Feminina


A terapia de reposição hormonal, usada por mulheres na fase da menopausa, ainda é alvo de controvérsias e discussões. 

Enquanto um grupo de médicos acredita que os hormônios aumentam o risco de câncer, outro garante que o tratamento é fundamental no combate aos efeitos da queda na produção de estrogênio. 
No meio da polêmica, entraram os fitohormônios, hormônios naturais que têm a mesma eficácia dos sintéticos, mas sem os seus efeitos colaterais.

Ainda não aceitos por todos os médicos, os fito, porém, vêm ganhando cada vez mais espaço. Esta semana, no Rio de Janeiro, profissionais do país todo se reuniram num evento patrocinado pela Sociedade de Ginecologia do Rio de Janeiro e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia para discutir o tema.

O objetivo do encontro é debater as atuais terapias naturais aplicadas à mulher. Segundo a ginecologista Célia Regina da Silva, uma das organizadoras do evento, desde o início da década de 90, os fitohormônios vêm sendo amplamente usados na Europa e nos Estados Unidos. 


“No Brasil, eles ainda têm um ar de novidade porque somente agora os ginecologistas começaram a perder o preconceito em relação ao produto. Hoje, um profissional que não conhece a aplicação dos fitohormônios está desatualizado”, disse a dra. Célia Regina, que é chefe do ambulatório de planejamento familiar da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Hormônios naturais podem combater também sintomas da TPM

É importante que os ginecologistas saibam que os hormônios naturais podem ser usados como suplementos no tratamento de vários distúrbios ginecológicos. Segundo a dra. Célia Regina, eles não são uma alternativa apenas à terapia de reposição hormonal: 


“Usamos o remédio até mesmo para combater os sintomas da tensão pré-menstrual e de disfunções ovarianas, como o ovário policístico.”

Segundo ela, os últimos congressos de ginecologia realizados no Brasil mostraram que o produto é eficaz, tem menos efeitos colaterais e pode ser muito útil no tratamento de pacientes que não podem se submeter à terapia de reposição hormonal convencional. 


As mulheres que já tiveram câncer de mama são um exemplo. Elas não podem tomar nenhuma espécie de hormônio, devido ao risco de a substância desencadear a volta da doença.
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Os fitohormônios, por serem extraídos de plantas, seriam capazes, em teoria, de repor o estrogênio e a progesterona no corpo, causando menos estragos. 


Mas alguns especialistas rejeitam seu uso. Para eles, ainda há poucos estudos que provem que os hormônios naturais realmente funcionam.

O que é contestado pela farmacêutica Cláuda Souza, da Officilab. “Vários trabalhos científicos confirmam a eficácia dos fitohormônios e a ausência de efeitos colaterais para quem os usa”, afirma. Isto se explicaria por um motivo simples. 


Para desempenhar suas funções, os hormônios precisam se ligar a receptores espalhados por algumas regiões do corpo. 

Enquanto os fitohormônios, como a isoflavona da soja, usam os receptores beta, os sintéticos se ligam aos beta e aos alfa.

Estes últimos, porém, estimulam a capacidade de proliferação celular. O que, em alguns casos, pode levar ao desenvolvimento de tumores. 


Este, por sinal, costuma ser um dos motivos que leva à contra-indicação da reposição hormonal para pacientes com histórico de câncer na família.

Vegetais como a soja são a base dos fitohormônios

“Indicamos os fitohormônios como opção para estas mulheres, ou para aquelas que tenham interrompido o tratamento devido aos incômodos de alguns efeitos colaterais, como ganho de peso, dores de cabeça, ou sangramento”, diz a farmacêutica. 


Com a matéria-prima importada para a produção de fitohormônios no Brasil, torna-se possível a formulação de produtos manipulados. 

O que abre a possibilidade de se poder combinar progesterona e estrogênio num mesmo comprimido e de acordo com as necessidades de cada paciente.

O tratamento é feito com hormônios extraídos de vegetais como a soja, o Dong Quai, o Wild Yam e o Black Cohosh. A grande vantagem é que, ao contrário dos sintéticos, eles não se acumulam no organismo. 


Este acúmulo, que o fígado tem dificuldade em metabolizar, é que seria o responsável pelos efeitos desagradáveis, que, muitas vezes levam algumas mulheres a abandonar a terapia logo no início.

Um fato curioso é que as japonesas não costumam sentir desconfortos, como as ondas de calor e o ressecamento vaginal, durante a menopausa. 


O que se atribui ao grande consumo da soja, uma das principais fontes de fitohormônios, naquele país. Além disso, os japoneses são o povo com o mais baixo índice de osteoporose, doenças cardiovasculares e câncer nos órgãos sexuais.
 

Conheça os principais fitohormônios

Para cada sintoma da menopausa existe um tipo de fitohormônio mais adequado. Isso porque uns estimulam a produção de progesterona, outros de estrogênio. 



A indicação deve ser feita por um médico, que vai avaliar qual hormônio a paciente precisa repor.


* Soja –Rica em genisteína, que previne câncer e problemas de fígado e vesícula, estimula a formação dos ossos, abaixa o colesterol e protege a parede dos vasos. 


É indicada para mulheres na menopausa que tenham osteoporose e hipertensão. 

É também o hormônio de escolha para mulheres com história de câncer na família ou que já se submeteram a mastectomia.

 

* Vitex agnus castus - Tem um papel importante contra a depressão. É especialmente útil para mulheres na peri-menopausa, ou seja, no período que antecede a menopausa propriamente dita. 

Diminui a dor nos mamilos e melhora a libido.

 

* Black Cohosh (Cimicífuga racemosa) – É o fitohormônio mais estudado. É aprovado pelo Ministério da Saúde da Alemanha para tratar os sintomas de deficiência de estrogênio. 

Alivia os calores, a atrofia e o ressecamento vaginal, a palpitação e a ansiedade.

 

* Semente de linhaça – Rica em lignana, composto que é convertido em estrogênio pelas bactérias no intestino.

 

* Licorice Root – O extrato desta planta se chama ácido glicirrético e estimula a conversão natural de testosterona em estrogênio na glândula supra-renal. 

É uma fonte natural de estrogênio. Previne a formação de coágulos, comuns na menopausa. 

É usado na Europa e nos Estados Unidos também como antiinflamatório.

 

* Dong Quai – É a planta mais utilizada na medicina tradicional chinesa. Promove uma síntese de progesterona natural. 

É boa para aliviar a TPM porque relaxa a musculatura do útero, combatendo as cólicas.