sábado, 15 de janeiro de 2011

Fitohormônios - Alternativa Feminina


A terapia de reposição hormonal, usada por mulheres na fase da menopausa, ainda é alvo de controvérsias e discussões. 

Enquanto um grupo de médicos acredita que os hormônios aumentam o risco de câncer, outro garante que o tratamento é fundamental no combate aos efeitos da queda na produção de estrogênio. 
No meio da polêmica, entraram os fitohormônios, hormônios naturais que têm a mesma eficácia dos sintéticos, mas sem os seus efeitos colaterais.

Ainda não aceitos por todos os médicos, os fito, porém, vêm ganhando cada vez mais espaço. Esta semana, no Rio de Janeiro, profissionais do país todo se reuniram num evento patrocinado pela Sociedade de Ginecologia do Rio de Janeiro e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia para discutir o tema.

O objetivo do encontro é debater as atuais terapias naturais aplicadas à mulher. Segundo a ginecologista Célia Regina da Silva, uma das organizadoras do evento, desde o início da década de 90, os fitohormônios vêm sendo amplamente usados na Europa e nos Estados Unidos. 


“No Brasil, eles ainda têm um ar de novidade porque somente agora os ginecologistas começaram a perder o preconceito em relação ao produto. Hoje, um profissional que não conhece a aplicação dos fitohormônios está desatualizado”, disse a dra. Célia Regina, que é chefe do ambulatório de planejamento familiar da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Hormônios naturais podem combater também sintomas da TPM

É importante que os ginecologistas saibam que os hormônios naturais podem ser usados como suplementos no tratamento de vários distúrbios ginecológicos. Segundo a dra. Célia Regina, eles não são uma alternativa apenas à terapia de reposição hormonal: 


“Usamos o remédio até mesmo para combater os sintomas da tensão pré-menstrual e de disfunções ovarianas, como o ovário policístico.”

Segundo ela, os últimos congressos de ginecologia realizados no Brasil mostraram que o produto é eficaz, tem menos efeitos colaterais e pode ser muito útil no tratamento de pacientes que não podem se submeter à terapia de reposição hormonal convencional. 


As mulheres que já tiveram câncer de mama são um exemplo. Elas não podem tomar nenhuma espécie de hormônio, devido ao risco de a substância desencadear a volta da doença.
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Os fitohormônios, por serem extraídos de plantas, seriam capazes, em teoria, de repor o estrogênio e a progesterona no corpo, causando menos estragos. 


Mas alguns especialistas rejeitam seu uso. Para eles, ainda há poucos estudos que provem que os hormônios naturais realmente funcionam.

O que é contestado pela farmacêutica Cláuda Souza, da Officilab. “Vários trabalhos científicos confirmam a eficácia dos fitohormônios e a ausência de efeitos colaterais para quem os usa”, afirma. Isto se explicaria por um motivo simples. 


Para desempenhar suas funções, os hormônios precisam se ligar a receptores espalhados por algumas regiões do corpo. 

Enquanto os fitohormônios, como a isoflavona da soja, usam os receptores beta, os sintéticos se ligam aos beta e aos alfa.

Estes últimos, porém, estimulam a capacidade de proliferação celular. O que, em alguns casos, pode levar ao desenvolvimento de tumores. 


Este, por sinal, costuma ser um dos motivos que leva à contra-indicação da reposição hormonal para pacientes com histórico de câncer na família.

Vegetais como a soja são a base dos fitohormônios

“Indicamos os fitohormônios como opção para estas mulheres, ou para aquelas que tenham interrompido o tratamento devido aos incômodos de alguns efeitos colaterais, como ganho de peso, dores de cabeça, ou sangramento”, diz a farmacêutica. 


Com a matéria-prima importada para a produção de fitohormônios no Brasil, torna-se possível a formulação de produtos manipulados. 

O que abre a possibilidade de se poder combinar progesterona e estrogênio num mesmo comprimido e de acordo com as necessidades de cada paciente.

O tratamento é feito com hormônios extraídos de vegetais como a soja, o Dong Quai, o Wild Yam e o Black Cohosh. A grande vantagem é que, ao contrário dos sintéticos, eles não se acumulam no organismo. 


Este acúmulo, que o fígado tem dificuldade em metabolizar, é que seria o responsável pelos efeitos desagradáveis, que, muitas vezes levam algumas mulheres a abandonar a terapia logo no início.

Um fato curioso é que as japonesas não costumam sentir desconfortos, como as ondas de calor e o ressecamento vaginal, durante a menopausa. 


O que se atribui ao grande consumo da soja, uma das principais fontes de fitohormônios, naquele país. Além disso, os japoneses são o povo com o mais baixo índice de osteoporose, doenças cardiovasculares e câncer nos órgãos sexuais.
 

Conheça os principais fitohormônios

Para cada sintoma da menopausa existe um tipo de fitohormônio mais adequado. Isso porque uns estimulam a produção de progesterona, outros de estrogênio. 



A indicação deve ser feita por um médico, que vai avaliar qual hormônio a paciente precisa repor.


* Soja –Rica em genisteína, que previne câncer e problemas de fígado e vesícula, estimula a formação dos ossos, abaixa o colesterol e protege a parede dos vasos. 


É indicada para mulheres na menopausa que tenham osteoporose e hipertensão. 

É também o hormônio de escolha para mulheres com história de câncer na família ou que já se submeteram a mastectomia.

 

* Vitex agnus castus - Tem um papel importante contra a depressão. É especialmente útil para mulheres na peri-menopausa, ou seja, no período que antecede a menopausa propriamente dita. 

Diminui a dor nos mamilos e melhora a libido.

 

* Black Cohosh (Cimicífuga racemosa) – É o fitohormônio mais estudado. É aprovado pelo Ministério da Saúde da Alemanha para tratar os sintomas de deficiência de estrogênio. 

Alivia os calores, a atrofia e o ressecamento vaginal, a palpitação e a ansiedade.

 

* Semente de linhaça – Rica em lignana, composto que é convertido em estrogênio pelas bactérias no intestino.

 

* Licorice Root – O extrato desta planta se chama ácido glicirrético e estimula a conversão natural de testosterona em estrogênio na glândula supra-renal. 

É uma fonte natural de estrogênio. Previne a formação de coágulos, comuns na menopausa. 

É usado na Europa e nos Estados Unidos também como antiinflamatório.

 

* Dong Quai – É a planta mais utilizada na medicina tradicional chinesa. Promove uma síntese de progesterona natural. 

É boa para aliviar a TPM porque relaxa a musculatura do útero, combatendo as cólicas.

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